Sem compromisso e transparência: 18 empresas que não divulgaram progresso em políticas de bem-estar animal

O recente relatório do MICA (Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais), mostrou que algumas das empresas mais influentes da América Latina no setor de alimentos e hotelaria, como Alicorp, Justo, Latam Airlines e Selina Hotels, ainda não assumiram um compromisso público sobre o bem-estar animal em suas cadeias de suprimentos.

O monitor, que analisou 58 empresas, destacou que 18 delas ainda não anunciaram políticas eliminando o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de suprimentos, e também não compartilharam publicamente informações sobre qualquer progresso nessa agenda, resultando na sua classificação no nível vermelho do ranking. 

Ovos de galinhas confinadas em gaiolas

bem-estar animal

Acreditamos que a publicação de um compromisso de não trabalhar com ovos de galinhas confinadas em gaiolas é uma atitude fundamental para que as empresas ajudem a promover o bem-estar animal em suas cadeias de suprimentos, considerando que a prática de confinar essas aves em gaiolas é uma das mais terríveis da indústria de ovos.

O confinamento de galinhas em gaiolas resulta em sofrimento físico e psicológico significativo a essas aves, que são obrigadas a viverem em um espaço equivalente a uma folha de papel, e impedidas de esticar as asas, andar ou empoleirar-se. 

Por isso, a falta de mecanismos de transparência suficientes para verificar os avanços destas empresas em relação às iniciativas em prol do bem-estar animal em suas cadeias de suprimentos resultou na sua classificação no nível vermelho do ranking. 

Compromissos públicos

Empresas como Barilla, BRF e Costco mostram que é possível adotar políticas de bem-estar animal, eliminando 100% dos ovos provenientes de galinhas confinadas em gaiolas de suas cadeias de suprimentos. 

Assumir o compromisso público de não trabalhar com ovos de galinhas confinadas em gaiolas não é apenas uma demonstração de responsabilidade social, mas também um passo em direção a uma cadeia de suprimentos que causa menos sofrimento para esses animais. Por isso, apenas no Brasil, quase 200 empresas assumiram o compromisso público de não trabalhar com ovos de galinhas confinadas em gaiolas em até 2025. 

Transparência

As empresas no nível amarelo no ranking, apesar de apresentarem um progresso limitado (entre 0% e 20%) em seus compromissos de não trabalhar com ovos provenientes de galinhas confinadas em gaiolas, demonstram alguma transparência sobre este tema, por isso tiveram um melhor desempenho no ranking.

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É importante que as empresas que buscam uma boa classificação no MICA demonstrem, de maneira clara, seus avanços em seus compromissos públicos sobre o bem-estar animal em suas cadeias de suprimentos. A divulgação do progresso nessas políticas não só atende às crescentes expectativas de um público consumidor consciente, mas também reflete os esforços das empresas em alcançar um mundo melhor e mais seguro para os animais e para as pessoas. 

Sobre o MICA 

O MICA avalia companhias do setor de alimentos e hotelaria  com base em critérios como: iniciativas para deixar de trabalhar com ovos de galinhas confinadas em gaiolas, transparência em divulgar progresso nestas iniciativas e a publicação de políticas sobre bem-estar animal em suas cadeias de suprimentos. 

Empresas que alcançam categorias mais elevadas demonstram evolução em  em direção a cadeias de suprimentos em que não haja o confinamento de galinhas em gaiolas, enquanto aquelas categorizadas no nível vermelho ainda podem evoluir neste tema.

Para obter uma visão completa do relatório do MICA e entender como as empresas estão evoluindo em suas políticas de bem-estar animal, baixe o relatório completo.