Bem-estar animal também é ESG, de acordo com professor Celso Funcia Lemme

Na visão do professor Celso Funcia Lemme, do Instituto Coppead de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as discussões em torno dos princípios ESG – Environmental, Social and Governance – ganham destaque crescente na sociedade, impulsionadas pelas mudanças globais e pelas evoluções nas expectativas do público consumidor ao longo das gerações.

Com um aumento significativo na população global, projetando-se atingir 10 bilhões de pessoas até 2050,  a  pressão exercida sobre o planeta para produzir alimentos nos próximos anos exigirá uma nova postura em relação ao meio ambiente e aos modos de produção, e isso impacta no modo como criamos animais.

Lemme salienta ainda que as preocupações com o manejo adequado dos animais são fundamentais, especialmente devido aos surtos de pandemias que têm afetado populações de aves e suínos. 

“Já se discute o manejo destes animais, como isso tem gerado ciclos de pandemias entre aves e suínos. O bem-estar animal tenta endereçar o conceito de saúde única, que diz que a saúde animal, humana e do ambiente são uma só e isso está diretamente ligado ao ESG nos setores que usam animais”, comenta.

Como professor de Sustentabilidade Corporativa na UFRJ, Lemme observa uma crescente sensibilidade em relação ao bem-estar animal entre as gerações mais jovens de consumidores. Isso adiciona uma nova dimensão à avaliação dos produtos, onde a qualidade ética torna-se um critério tão relevante quanto a qualidade do produto, do processo e da matéria-prima.

“Você sempre teve a qualidade do produto, do processo e da matéria-prima, agora você tem a ética. Qual é a qualidade ética daquilo que eu estou consumindo” afirmou.

Portanto, o bem-estar animal surge como uma resposta às demandas do público consumidor por produtos e processos mais éticos e sustentáveis, refletindo assim a importância do tema dentro do escopo dos princípios ESG.

Nesse sentido, o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA), desenvolvido pela Mercy For Animals (MFA), desempenha um papel fundamental ao fornecer para o público mais transparência e monitoramento de algumas das práticas das empresas em relação ao bem-estar animal em suas cadeias de suprimentos, alinhando-se com os princípios ESG. 

Sobre o MICA

O MICA (Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais) analisa o desempenho de empresas de alimentos e hotelaria de acordo com o seu comprometimento em implementar medidas que reduzam o sofrimento animal em suas cadeias de suprimentos. 

O último relatório analisou a evolução de iniciativas de 58 empresas para eliminar o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de suprimentos, abrangendo gigantes do varejo como Carrefour e Walmart, bem como as multinacionais Nestlé, Unilever e PepsiCo. A classificação, dividida em categorias como ouro, prata, bronze e vermelho, reflete o nível de avanço de cada marca neste tema. 

Para obter informações detalhadas sobre as empresas que estão fazendo a diferença e aquelas que podem evoluir no que diz respeito às suas políticas de bem-estar animal, consulte o relatório completo:

MICA: Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais  2022- 2023