Imagens da nova investigação da MFA mostram milhares de peixes em extremo sofrimento após serem capturados durante a “temporada da tainha” no Brasil.
Infelizmente, essa prática da indústria da pesca acontece praticamente todos os anos, tendo início em maio e terminando no final de julho. Confira a seguir a descrição do que foi documentado pela MFA nessa investigação secreta:
IMPACTOS AO ECOSSISTEMA MARINHO
A “temporada da tainha” acontece durante a migração reprodutiva da espécie, quando os peixes se juntam em grandes cardumes e migram de sul ao norte do país desovando pelas águas marinhas.
Esse tipo de pesca atua justamente em um momento de grande vulnerabilidade para esses animais, aumentando ainda mais o risco ao ecossistema e à biodiversidade dos oceanos.
Essa tainha fêmea foi pescada ainda com ovas, das quais nasceriam seus filhotes, mas para a indústria o lucro é um grande incentivo, uma vez que comercializam essas ovas como iguaria.
Em 2023, a pesca industrial da tainha havia sido proibida por preocupações quanto à preservação da espécie, mas infelizmente esse ano ela voltou a ser permitida.
Além da tainha, a indústria da pesca também pode estar colocando outras espécies em risco de extinção. De acordo com o relatório da FAO, 33,1% dos peixes que são capturados para alimentação estão em situação de sobrepesca, ou seja, a atividade pesqueira é executada de forma desenfreada e esse é um dos principais motivos das espécies correrem risco de extinção.
MORTE DE PEIXES POR ASFIXIA
A investigação também revela milhares de tainhas sendo arrastadas por redes para fora do mar e deixadas na areia para morrer lentamente asfixiadas. Nas imagens, é possível ver os peixes agonizando pela falta de oxigênio enquanto se debatiam e lutavam por suas vidas até perderem a consciência.
Mais de 17 mil tainhas morreram por asfixia em uma das pescas de arrasto documentadas.
Em embarcações comerciais, é comum que os peixes sejam colocados em gelo ou água gelada ainda conscientes e totalmente capazes de sentir dor, o que, além de não proteger contra o sofrimento, o prolonga ainda mais.
OS IMPACTOS INDIRETOS DA INDÚSTRIA DA PESCA
Geralmente a indústria da pesca utiliza grandes redes que podem alcançar 300 metros de comprimento, tendo capacidade de um alto volume de pesca. Por conta dessa característica, a chamada “pesca de arrasto” captura indiscriminadamente tudo o que está no caminho, incluindo espécies marinhas não desejadas. Quando animais que não possuem valor comercial, como tartarugas e golfinhos, são vítimas dessas “capturas acessórias”, eles têm um destino igualmente triste: são descartados sem vida.
Estima-se que, no mundo todo, 7,3 milhões de toneladas de animais marinhos são mortos anualmente como “captura acessória” por redes de pesca. Somente no Oceano Pacífico, mais de 3 milhões de tubarões são capturados todos os anos como captura acidental.
Além disso, as redes de pesca perdidas ou descartadas enredam e matam peixes e outros animais marinhos, danificam leitos marinhos e recifes de corais e se desintegram com o tempo em microplásticos, que acabam sendo ingeridos por animais aquáticos.
Confira todos os detalhes da investigação da MFA assistindo ao vídeo na íntegra:
Pesquisas científicas robustas já confirmaram que peixes, assim como outros animais, são seres sencientes e totalmente capazes de sentir diferentes emoções, inclusive a dor. Esse é um entre os mais diversos motivos para estender o seu círculo de compaixão
Ajude-nos a mudar a realidade dos peixes:
- Vote pela inclusão da proibição da pesca industrial com redes de arrasto em águas territoriais brasileiras no Plano Clima Participativo;
- Considere adotar uma alimentação vegetal.