Você pode estar comendo carne de tubarão sem saber

Um artigo publicado nesse mês na revista científica Marine Policy (“Política Marinha”) alerta para sérios danos que o hábito alimentar dos brasileiros que está causando aos ecossistemas marinhos: o Brasil é o país que mais consome carne de tubarão no mundo e isso pode colocar o país como principal responsável pelo declínio da população desse animal nos mares.

O levantamento vem com uma surpresa: muitos brasileiros não sabem, mas cação é na verdade o nome comercial para… tubarão. Ou seja, toda vez que as pessoas pedem cação no restaurante ou compram no mercado colaboram para aumentar um triste dado: o de que os brasileiros consomem anualmente 45 mil toneladas do animal. E, sem saber, colocam em risco sua própria saúde.

Isso porque, por ter comido diversos outros peixes durante sua vida, os tubarões acumulam em seus organismos altas doses de metais pesados como o mercúrio e arsênio, que podem causar danos cerebrais. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existe um limite de segurança de consumo de mercúrio, que é de 0,5 miligrama de do metal por quilo e por dia. Amostras da carne da espécie de tubarão mais pescada no mundo, o tubarão-azul, apresentaram mais de duas vezes essa quantidade.

Além de não ser nada saudável, a pesca também causa desequilíbrio ambiental: os navios pesqueiros retiram dos oceanos muito mais do que a natureza é capaz de repor, e matam muito mais do que os peixes destinados à alimentação. A pesca comercial e industrial é reconhecidamente a maior causadora de morte de baleias, golfinhos, tartarugas e tubarões. Nos anos 90, mais de 12 milhões de tubarões e arraias eram capturados anualmente por “acidente”, apenas em águas internacionais. Esse número crescia para estimados 50 milhões de tubarões pegos por ano, metade da quantidade de tubarões dos estimados 100 milhões que eram mortos para efetivamente se tornarem carne.

Os peixes são animais inteligentes e sensíveis: eles andam em grupos e até mesmo utilizam ferramentas como pedras para ajudar em sua alimentação, e até mesmo gostam de ser acariciados!

Como qualquer outro animal, sentem dor e medo. Mal podemos imaginar o que eles sentem ao sufocarem por estarem fora do oceano, serem esfolados e cortados enquanto ainda estão vivos e conscientes, lutando por suas vidas.


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