Cientistas da Universidade de Melbourne, na Austrália, fizeram uma triste descoberta sobre os salmões criados em cativeiro: uma pesquisa publicada no Journal of Experimental Biology mostrou que 95% deles são surdos. Muita gente talvez não saiba, mas peixes — ao menos os que vivem em liberdade — são capazes de ouvir.
Isso acontece por causa de uma deformação nos ouvidos desses animais. A deficiência se deve ao crescimento acelerado dos peixes em cativeiro — quanto mais rápido eles crescem, maior a incidência do problema. Como os animais são alimentados para crescerem e serem abatidos o mais rápido possível, de forma a dar mais lucro para os produtores, a incidência da surdez é altíssima.
O levantamento foi feito levando em consideração animais da Noruega, Chile, Escócia, Canadá e Austrália, e a deformação estava presente em exemplares de todos os países. No Brasil, a maior parte dos salmões que se come são provenientes do Chile.
Os salmões de cativeiro pouco lembram os seus parentes selvagens. Até mesmo a cor de sua carne só é alaranjada por causa de corantes colocados em sua ração. E como eles comem e crescem apenas durante o dia, muitos produtores até mesmo expõem os animais a 24h de luz por dia. Dá para imaginar os efeitos que isso tem nos animais?
Não é à toa que peixes criados em cativeiro estejam literalmente sofrendo de depressão severa, como revelou um estudo da Royal Society Open Science. De acordo com a pesquisa, muitos salmões em fazendas de peixe parecem desistir da vida e passam apenas a flutuar em seus “compartimentos”.
Os cientistas comprovaram também que os peixes sentem dor. Eles até comparam peixes a cães, gatos e outros animais pela maneira como eles sentem prazer.
Infelizmente, a indústria trata os peixes como meros objetos. Uma investigação secreta da Mercy For Animals de 2011 em um abatedouro de peixes expôs os animais sendo esfolados vivos. À medida que o peixe sufocava e lutava para escapar das facas dos funcionários do local, sua pele era arrancada com alicate.