A carne pode ficar mais cara a partir de 2018, e o motivo é sério: analistas de investimento da própria indústria acreditam que governos do mundo todo devem cobrar taxas extras pela carne como forma de reduzir os impactos climáticos e para a saúde humana. É o mesmo que já acontece, por exemplo, com produtos como o tabaco, carvão e o açúcar.
A pecuária causa, em nível global, 15% de todas as emissões de gases de efeito estufa. As mudanças climáticas não podem ser evitadas a menos que o consumo crescente de carne seja revertido — uma imposição necessária, segundo os analistas, para cortar o consumo. Além disso, muitas pessoas comem carne em excesso, danificando seriamente sua saúde e incorrendo em enormes custos para a saúde pública. A pecuária também causa outros problemas, como poluição da água e resistência a antibióticos.
“Se os formuladores de políticas públicas quiserem liquidar os custos das epidemias como obesidade, diabetes e câncer, e epidemias de gado como a gripe aviária, ao mesmo tempo que abordam os dois desafios das mudanças climáticas e a resistência aos antibióticos, uma mudança de subsidiação para tributação da indústria da carne parece inevitável”, disse Jeremy Coller, fundador da Farm Animal Investment Risk and Return (Fairr).
Sendo a produção de produtos de origem animal uma das principais causas do aquecimento global, não é à toa que os investidores mais visionários do mundo tenham colocado seu dinheiro em novas tecnologias envolvendo produtos vegetarianos. A Pepsico, segundo maior negócio de bebidas e alimentos do mundo, também disse, recentemente, que as proteínas vegetais terão um crescimento explosivo em cinco a 10 anos.
Até mesmo a Tyson, maior produtora de carnes dos Estados Unidos, aposta que esse é o futuro: eles criaram um fundo de investimento de US$150 milhões que serão destinados a tecnologias como carnes vegetais e carnes produzidas em laboratório. O CEO disse que o futuro aponta para a alimentação sem carne.
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