Pesquisa revela relação entre preconceito contra animais e racismo, sexismo e homofobia

Uma série de pesquisas publicada no Journal of Personality and Social Psychology descobriu que o especismo está correlacionado psicologicamente a diversas outras formas de preconceito, como racismo, sexismo e homofobia. Especismo é a prática de dar diferentes valores a espécies de animais diferentes e se expressa, por exemplo, aos sentirmos afeição por cães e gatos, mas ficarmos alheios ao sofrimento de bois, vacas, porcos, galinhas e peixes na indústria da carne, leite e ovos.

Essa forma de preconceito pode determinar decisões e comportamentos, além de levar a construções ideológicas de dominação social, justificativa do sistema e autoritarismo. Os resultados sugerem que mecanismos semelhantes podem levar tanto ao especismo quanto a outras formas de preconceito mais conhecidas.

Para chegar a essa conclusão, três psicólogos da Universidade de Oxford, Lucius Caviola, Jim Everett e Nadira Faber, conduziram cinco estudos. “O especismo existe como um fenômeno psicológico e apresenta as mesmas propriedades que outras formas de preconceito”, comenta Caviola.

Assim como o preconceito contra diferentes “alvos” humanos (mulheres, negros, pessoas LGBTQ, por exemplo) estão significativamente interrelacionados, também o preconceito contra animais entra nesse rol. Ou seja, a lógica por trás de diferentes tipos de preconceitos é a mesma: a concordância com a ideia de hierarquia social e da desigualdade.


No entanto, ao contrário de outras formas de preconceito contra humanos, o preconceito contra animais ainda é a ideologia dominante e é socialmente aceita. É por isso que o estudo revela, também, que quanto mais aberta a mente das pessoas e quanto menos elas apoiarem o status quo, menores serão as taxas de todos os tipos de preconceito, inclusive contra os animais.

Nós queremos um mundo de liberdade e direitos para todos, e isso passa também pelo nosso prato! Considere deixar carne, leite e ovos fora do seu prato e vamos juntos construir uma sociedade mais igualitária e justa para todos — tanto animais humanos quanto não-humanos.