Pecuária destruiria a totalidade da Reserva amazônica que preocupa ambientalistas em apenas 7 meses

Há uma semana, o Brasil tem sido bombardeado com informações a respeito da Amazônia. Isso porque o presidente Temer, por meio de decreto, extinguiu a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), liberando a área em plena Floresta Amazônica para exploração privada de minérios como ouro, manganês, cobre, ferro e outros. O decreto foi suspenso por decisão judicial nessa terça-feira, dia 29, por decisão da 21ª Vara Federal e condicionado à apreciação do Congresso.

A Reserva, criada em 1984 para proteger o território da especulação, fica entre os estados do Amapá e Pará e é maior que o território da Dinamarca. Além de nove zonas de proteção ambiental, a Renca abrange também reservas indígenas. A decisão de Temer preocupa ambientalistas do mundo todo, que criticam a exploração de recursos naturais a qualquer custo, a exemplo do que aconteceu em Carajás, que, em condições semelhantes, deixou para trás um rastro de destruição ambiental, desigualdade social, desrespeito a conquistas indígenas e a direitos humanos.

Mas enquanto as atenções se voltam para a mineração, segue convenientemente esquecido o maior motivo de desmatamento da Amazônia: a pecuária. Segundo a ONU, no Brasil, mais de 80% do desmatamento entre 1990 e 2005 foi provocado para consumo de carne. Assim, a criação de gado para consumo humano foi responsável pelo desmatamento efetivo de 7 milhões de hectares de florestas tropicais a cada ano de 2000 a 2010. Considerando que a área da Renca é de 4 milhões de hectares, levaria menos de 7 meses para a pecuária destruir a totalidade de Renca.

Ainda falando em sustentabilidade, é importante lembrar que a produção de carne é responsável por um desperdício enorme de água. De acordo com um levantamento feito pela Unesco em 2010, enquanto para produzir 1 quilo de batata são utilizados 290 litros de água, 1 quilo de carne de porco requer 6 mil litros de água. A carne de frango não fica muito atrás, consumindo 4,3 mil litros.

Outros impactos ambientais importantes também são decorrentes da produção de animais para consumo, como a emissão de 63,4% dos gases de efeito estufa no Brasil em 2013, segundo o Observatório do Clima, o que faz com que a pecuária ocupe o triste lugar de principal causa de emissões do país. O setor acumula as emissões diretas, e também parte das emissões devido ao desmatamento, energia e resíduos.

A preocupação em relação à mineração é legítima, mas o consumo de animais é o verdadeiro vilão do desmatamento das florestas brasileiras.

Isso não é tudo. Um levantamento feito pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e pela Agência Alemã para a Cooperação Internacional (GIZ) mostrou que, para cada R$1 milhão faturado pela pecuária, são gerados R$22 milhões em impactos ambientais.

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