Os animais são ‘’Algo’’ ou ‘’Alguém’’?

O que nos difere dos outros animais na Terra é apenas nosso sentimento de prepotência e arrogância. Todos os animais têm características biológicas diferentes, mas não deixamos de ser todos animais.

Nossa prepotência foi inflada a partir da Revolução Agrícola, cerca de 10.000 anos atrás – um grande marco para o início dos processos de exploração de outros animais pelo homem. Mas foi a partir da Revolução Industrial, quando começamos a colocar o lucro acima de qualquer outro determinante, que começamos a tratar animais sencientes, inteligentes e dóceis como coisas, colocando-os como ingredientes em um processo produtivo industrial cruel que ignora e inibe toda e qualquer necessidade biológica, psicológica e mental desses seres, como simplesmente conviver em família, brincar, tomar sol e, muitas vezes, até mesmo mover-se.

Sem disposição para refletir sobre seu consumo, muita gente argumenta que animais não possuem ‘’alma’’. Sem entrar em assuntos religiosos ou de qualquer crença, este argumento é desumano e impiedoso, em vista de tudo que foi descrito acima. Já houve tempos em que brancos defendiam a exploração de negros como escravos usando o mesmo argumento: que negros não tinham alma. E, tristemente, esse era o pensamento padrão na época.

Em 2012, pesquisas lideradas por Philip Low culminaram na Declaração de Cambridge, assinada por alguns dos maiores cientistas da atualidade, inclusive na presença de Stephen Hawking, confirmando que os animais têm consciência, assim como nós humanos.

Apesar de nossa estrutura de raciocínio ser diferente, nossa consciência possui a mesma estrutura, variando apenas em uma questão de níveis.

A compreensão de que os animais explorados para abate são seres sensíveis, com tanto interesse pela vida quanto nós, torna imperativo revermos o nosso consumo. O que aliás vem somar-se ao fato de que nada pode beneficiar tanto a nossa saúde e a saúde do planeta quanto adotarmos uma alimentação vegetariana.