Expectativa vs realidade: o que um vegano realmente vê nas ceias do final do ano

O final do ano é uma época muito especial para todos: momento de rever e passar bons momentos com a família e amigos, dar e receber presentes, comer muito!

Porém, é também um momento de muito sofrimento para os animais: nossas tradições nesse período do ano ainda são muito voltadas para o consumo de produtos de origem animal — o que, na nossa opinião, é um contrassenso: deveríamos aproveitar o momento para exercer nossa generosidade e compaixão deixando os animais fora do nosso prato.

Você sabe o que realmente está na mesa de Natal e Ano Novo dos brasileiros? Nós te mostramos o que um vegano realmente enxerga quando vê aquele pedaço de carne em cima da mesa.

O que está na mesa: peru

Como um vegano vê: 


Perus são animais extremamente sociáveis e vivem em família. As mães são extremamente cuidadosas com seus filhotes, os ensinando o que comer, como se esconder de ameaças e outros comportamentos importantes. Os membros de uma mesma família até mesmo gostam de comer juntos! Eles também gostam de ouvir música e até cantam junto. Quando confiam em alguém, eles também gostam de receber carinho, dão abraços e até “ronronam”.

Na indústria, não é nem necessário dizer que eles são privados de todos esses comportamentos naturais e desde cedo têm que enfrentar situações cruéis como confinamento, superlotação, doenças, falta de referências sociais e familiares e abusos.

Como esses animais foram selecionados de forma a prover a maior quantidade de carne possível, a fisiologia deles não os permite mais reproduzir naturalmente. Por isso, funcionários viram o peru macho de cabeça para baixo e forçadamente retiram seu sêmen. Depois, inserem esse sêmen com uma seringa na cloaca da perua, o que é uma prática extremamente traumática: as fêmeas se debatem em pânico.

Os ovos fecundados são logo tirados de sua mãe e levados para uma chocadeira, e todos os animais nascerão e crescerão em uma nova área. A superlotação e as condições ruins dos galpões fechados deixam os animais extremamente estressados. De tão frustrados, eles passam a bicar uns aos outros. A solução da indústria é simples: ignorar o estresse e evitar as mordidas realizando o corte do bico das aves, sem qualquer anestesia.

Muitos desses animais incríveis ainda sofrem com problemas respiratórios, cardíacos e doenças contagiosas. Com apenas 60 dias de idade, os perus abatidos para o Natal são levados ao abatedouro, onde recebem choques elétricos e muitas vezes acabam sendo sangrados ou jogados em água fervente ainda conscientes.

O que está na mesa: bacalhau

Como um vegano vê: 


Os peixes, animais inteligentes e sensíveis, sofrem enormemente durante a pesca e o abate. Eles andam em grupos, utilizam ferramentas como pedras para ajudar em sua alimentação e até mesmo gostam de ser acariciados! Nem precisa dizer que, como outros animais, sentem dor e medo. Quando são pescados, sufocam lentamente por estarem fora do oceano e são esfolados e cortados enquanto ainda estão vivos e conscientes, lutando por suas vidas.

Isso para não falar do enorme desequilíbrio ambiental causado pela indústria pesqueira. Os navios retiram dos oceanos muito mais do que a natureza é capaz de repor e são reconhecidamente a maior causadora de morte de baleias, golfinhos, tartarugas e tubarões.
Comer peixe, só se for uma dessas receitas veganas!

O que está na mesa: rabanada

O que um vegano vê: 


Rabanada é gostosa, mas você já parou para pensar que ela leva um monte de leite que, além de não ser nada bom para a saúde, ainda causa enorme sofrimento para as vacas? É procedimento comum — e extremamente cruel — na indústria do leite que os bezerros sejam separados de suas mães logo após o nascimento, às vezes com apenas horas de vida. São comuns relatos segundo os quais as vacas mugem por dias depois da separação.

Elas passam suas vidas inteiras sendo inseminadas e parindo filhotes com os quais não podem estabelecer vínculos afetivos, além de sofrerem terrivelmente com machucados e infecções por causa da exploração do leite. Os bezerros machos são descartados por não possuírem serventia na indústria do leite; muitos deles são abandonados à própria sorte ou mortos ali mesmo nas fazendas.

O que está na mesa: tender

O que um vegano vê: 


Tender, essa comida típica das festas de final de ano, nada mais é do que um pernil de porco defumado, um tipo de presunto. Ou seja, basta ver o vídeo da nossa investigação (acima) para entender do que estamos falando.

Tudo começa nas celas de gestação, onde as porcas passam a maior parte de suas vidas sem poder sequer se mexer ou deitar confortavelmente. Mesmo após o nascimento dos filhotes, elas ainda continuam presas em celas minúsculas, isoladas de seus filhotes e sem poder lhes dar o carinho que toda mãe gostaria de dar. Os filhotes são castrados e sofrem mutilações nos dentes, orelhas e rabos sem qualquer tipo de anestesia e, mesmo com pouquíssimos dias de vida, já experimentam um tratamento extremamente cruel.

Seus últimos dias de vida são terríveis. Os porcos são transportados por dias e até semanas até os abatedouros em caminhões e submetidos a temperaturas extremas. As condições de higiene são precárias e eles defecam no mesmo local, uns em cima dos outros. Não há espaço para se moverem ou para deitarem. Muitos morrem no caminho mesmo, por fome ou desidratação.

O que tem na mesa: farofa de ovo

O que um vegano vê: 


As galinhas são seres extremamente inteligentes e muito sociais. Assim como nós, elas também sonham e algumas até aprendem números. No Brasil, 95% das galinhas vivem em sistemas chamados “gaiolas em bateria”. Nesses sistemas, elas passam a vida inteira confinadas em pequenas gaiolas onde o espaço para cada ave é equivalente ao tamanho de um iPad. Sob confinamento nessas gaiolas, as galinhas são impedidas de expressar seus comportamentos mais básicos, como esticar as asas, andar, ciscar, empoleirar, tomar banhos de areia, fazer ninhos.

Mantidas nessas condições, as aves sofrem altíssimo nível de estresse e várias lesões físicas. Como são impedidas de ciscar o solo, as galinhas começam a bicar umas às outras. Para que isso não aconteça, elas passam logo no início de sua vida pelo doloroso processo de “debicagem”, em que têm o bico cortado sem qualquer tipo de anestesia.

Quando nascem pintinhos, se forem fêmeas, elas darão continuidade ao ciclo de exploração. Se forem machos, serão mortos com cerca de um dia de vida — em geral, são sufocados em um saco de lixo ou triturados vivos.

Dê a si mesmo e aos animais a oportunidade de ter uma vida diferente, mais harmoniosa e compassiva com o mundo em 2018. Quer momento melhor para exercer sua generosidade do que no Natal e Ano Novo?

Separamos algumas receitas de entrada, prato principal, acompanhamento e sobremesa que você e sua família com certeza vão amar.

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