Imagens inéditas da nova investigação secreta da MFA em abatedouros municipais no Brasil mostram animais sendo abatidos de forma extremamente violenta, com facadas e golpes de marreta e machado, além de condições sanitárias e de trabalho alarmantes.
Infelizmente, esses não são casos isolados. Em 2022, uma outra investigação da MFA já havia exposto a terrível realidade dos abatedouros municipais no país. Trata-se de um problema sistêmico que existe há muito tempo.
Confira a seguir a descrição do que foi documentado pela MFA nessa investigação secreta:
Como acontece o abate?
As imagens chocantes mostram práticas irregulares e que geram extremo sofrimento animal nos abatedouros.
Os animais são manejados de forma extremamente agressiva, sendo conduzidos sob golpes de vara e arrastados por cordas ou pelos próprios rabos. Momentos antes do abate, bois e porcos são submetidos a um arcaico e ineficaz método de atordoamento: suas cabeças são repetidamente golpeadas com marreta, machado ou outros instrumentos de impacto, como pesados porretes de madeira e barras de metal. Em seguida, enquanto ainda estão conscientes e são capazes de sentir dor, esses mesmos animais são esfaqueados na região do pescoço.
O depoimento de um investigador secreto da MFA não deixa dúvidas que o tratamento dado aos animais é profundamente chocante:
“O que testemunhei dentro dos abatedouros municipais foi de uma brutalidade difícil de descrever. Animais aterrorizados sendo violentados com chutes, socos e golpes de vara e bastão. Seres sencientes lutando desesperadamente pela vida”
Funcionários de um abatedouro municipal investigado afirmaram ser comum receberem vacas descartadas pela indústria do leite para serem abatidas. Imagens de fetos bovinos totalmente formados e sem vida jogados no chão indicam que nesses locais provavelmente são abatidas vacas ainda prenhes.
Animais na fila do abate são forçados a assistir outros de sua espécie e talvez do seu próprio grupo serem mortos e desmembrados, situação que causa enorme sofrimento psicológico para eles. Nas palavras de um dos investigadores secretos:
“Os olhares daqueles que esperavam a morte eram de partir o coração. Lembro bem de uma vaca que tentava lutar por sua vida enquanto via, ao seu lado, outra sangrando no chão”
Esses animais são seres sencientes e, portanto, capazes de sentir dor e medo, como nós humanos. Reconhecer esse fato é essencial para garantir direitos a eles.
Condições sanitárias precárias
Além de todo o sofrimento animal, a investigação secreta também documentou situações precárias de higiene e que podem representar risco sanitário.
Partes de corpos dos animais que seriam destinadas ao consumo humano foram encontradas sendo manipuladas no chão e em outras superfícies sujas e expostas à contaminação. Outro ponto preocupante é que nenhum dos abatedouros investigados possuía câmeras de refrigeração para proteger a carne dos animais abatidos contra a decomposição.
Três dos quatro abatedouros municipais mostrados nessa investigação já foram interditados pelas autoridades pelo menos uma vez nos últimos dez anos. No Brasil, existem mais de 300 estabelecimentos como esses, onde cerca de 10 milhões de animais são abatidos anualmente. Com situações como as que documentamos ainda acontecendo no país, a pergunta que surge é: o público está devidamente informado sobre o tratamento dado aos animais nos abatedouros municipais e sobre as condições sanitárias em que é manipulada a carne que estão consumindo? Sem suficiente acesso à informação, quem ainda consome carne pode estar contribuindo, sem saber, para cenas como as que foram documentadas.
Confira a investigação na íntegra abaixo:
O abate com marreta e outros métodos considerados cruéis é, para diversos especialistas, inconstitucional. A prática, inclusive, já foi proibida em diversos estados brasileiros e em regulamentações do Ministério da Agricultura. No entanto, ainda não existe uma lei federal que proíba essa prática terrível em todo o território nacional. Mas isso pode mudar. Atualmente, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei, o PL 49/2019, que visa proibir em todo Brasil o uso da marreta e outros métodos de abate considerados cruéis.
Se você concorda que esse sofrimento deveria acabar, junte-se a nós! Assine a petição a favor do PL 49/2019 em abatebrutal.com.br e nos ajude a transformar a terrível realidade vivida por esses animais.
Quer fazer ainda mais pelos animais? Confira três dicas:
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