Minerva terá que pagar R$4,5 milhões por naufrágio de animais vivos

A Minerva, empresa responsável pela exportação de bois no navio Nada, terá que pagar R$4,5 milhões pelo naufrágio do navio “Haidar”, em Bacarena, no Pará, que transportava 5 mil bois vivos em 2015. A informação foi publicada no jornal Valor Econômico hoje.

Também o armador, Tamara Shipping, e a Companhia Docas do Pará, que administra o porto, e a operadora portuária Norte Trading terão que pagar valores referentes ao acidente. Os ressarcimentos foram definidos em um acordo judicial após as Defensorias da União e do Estado do Pará, dos Ministérios Públicos Federal e do Estado e do município de Barcarena entrarem com ações contra as empresas por danos socioambientais.

Os valores serão destinados ao custeio de um fundo para projetos comunitários e indenização das famílias atingidas. A Minerva ainda terá que fazer o monitoramento ambiental das cavas nas quais estão enterrados animais vítimas do naufrágio.

Agora, menos de três anos depois dessa tragédia, a Minerva lançou ao mar planos ainda mais ambiciosos de exportação de animais. Desde dezembro, já foram 52 mil bois e vacas vivos exportados para o Oriente Médio pelo Porto de Santos.

A viagem desses bois pode durar até 30 dias e causa intenso sofrimento aos animais: eles passam dias, e em alguns casos até semanas, dentro da carroceria de caminhões ou em navios, sem espaço para andar ou deitar, sem segurança, sob calor e frio intensos, envoltos em fezes e urina, sem acesso a água ou ração adequadas. Alguns chegam feridos ou até mortos ao destino. A veterinária Magda Regina tirou fotos, a pedido da Justiça, de dentro do navio Nada, mostrando os maus-tratos a que que esses animais são submetidos durante o transporte.

Além disso, o acidente de Barcarena deixa clara a fragilidade da segurança em operações como essas.

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