MFA na COP-28: Qual é o papel do sistema alimentar na crise climática?

O final de novembro e início de dezembro estão sendo marcados pela COP 28, 28a edição da Conferência das Partes. O evento, que está acontecendo em Dubai, reúne os 197 países e a União Europeia (UE) que assinaram o tratado Convenção-quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas.

Esse ano, a comitiva do Brasil é uma das maiores, e a Mercy For Animals está presente ao longo dos dias da conferência, participando ativamente ao lado de outras organizações para pautar a urgência de transformação dos sistemas alimentares como estratégia fundamental para mitigar a crise climática.

Transformação do sistema alimentar como indutor dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Os sistemas alimentares e as questões ambientais estão diretamente relacionados, por isso, a transformação dos hábitos alimentares pode contribuir positivamente no combate à crise climática.

Dados recentes apontam que no modelo atual, 73% das emissões de gases do efeito estufa e 80% do desmatamento provêm de atividades direta ou indiretamente relacionadas à agropecuária. O setor também afeta o acesso à alimentação, considerando que o número de animais criados para consumo humano no Brasil já é maior do que a quantidade de brasileiros e, ainda assim, mais da metade da população se encontra em insegurança alimentar. Cerca de 83% das terras agrícolas mundiais são utilizadas para a produção de carne, ovos e laticínios, porém geram apenas 18% das calorias necessárias para alimentar a humanidade.

Se as tendências se mantiverem e nada for feito, a crise climática não só pode se intensificar, como também afetará negativamente  a produção de alimentos, aumentando as desigualdades sociais e o acesso à alimentação de qualidade, agravando a insegurança alimentar, especialmente de comunidades mais vulneráveis.

Em contrapartida, a produção e o consumo de alimentos de origem vegetal mostra-se uma estratégia eficaz em reduzir até 75% das emissões desses gases, além de demandar menos terras e uso de água, promover  hábitos alimentares mais saudáveis e, como consequência, proporcionar a saúde única.

5 fatos sobre alimentação vegetal na COP28

1. Esse ano o evento disponibilizou uma praça de alimentação 100% vegetal e todos os outros lugares tinham pelo menos uma opção vegetal.

2. O Brasil assinou, junto com +150 países, uma declaração de compromisso a incluir os sistemas alimentares como uma das metas para reduzir a emissão de gases de efeito estufa.

3. A MFA trabalhou com outras organizações durante a COP para incluir a agenda de sistemas alimentares nas principais negociações formais, incentivando diplomatas e representantes das delegações oficiais a fazerem isso.

4. Mesmo que a humanidade interrompa imediatamente todas as emissões relacionadas à queima de combustíveis fósseis, se não fizermos nada para controlar as emissões da agricultura e sistemas alimentares, ainda assim ultrapassaremos as metas criadas para evitar os piores cenários da crise climática.

5. A MFA realizou uma sessão para a imprensa sobre os impactos do atual sistema alimentar, baseados na exploração animal, e como a transição para um sistema alimentar mais justo, sustentável e compassivo é necessária para reduzir o sofrimento animal e para enfrentarmos a crise climática.

Participação da Mercy For Animals na COP-28

A Mercy For Animals está sendo representada na COP-28 por pessoas colaboradoras de diferentes países, incluindo o Brasil, com o intuito de trazer contribuições para implementar e aperfeiçoar políticas públicas relacionadas a sistemas alimentares sustentáveis e à base de vegetais, relacionando a sua importância para planos e políticas de ação climática.

Caso deseje acompanhar, confira as conferências disponíveis para assistir online:

  • Do Sul ao Norte: Explorando Inovações em Políticas de Sistemas Alimentares Sustentáveis (Assista aqui)
  • ProVeg International: Metrics That Nourish: Reshaping Consumption for a Climate Positive Future (Assista aqui