Pesquisa revela que galinhas podem ser otimistas — depende apenas da vida que levam

Um estudo publicado no final de março no jornal Scientific Reports, da revista Nature, mostrou que o humor das galinhas varia de acordo com o ambiente em que elas vivem.

Pesquisadores da Linköping University, na Suécia, dividiram galinhas em dois grupos desde seu nascimento: um deles cresceu em um ambiente totalmente neutro, e outro em um ambiente cercado de estímulos. Ambos os grupos tinham acesso a comida e água à vontade.

Os animais foram treinados, então, para associar cartas brancas ou pretas a uma recompensa positiva. Foi então que começaram a medir o otimismo das galinhas: ao mostrar-lhes uma carta cinza, em um tom exatamente no meio, entre o branco e o preto, se a galinha ainda assim bicasse a carta na expectativa de uma recompensa, ela era considerada otimista. Se ignorasse, isso era considerado uma expressão de pessimismo.

Os resultados mostraram que as galinhas que vivem em um ambiente complexo são muito mais propensas a serem otimistas do que as que vivem em ambientes “pobres”. Os cientistas concluíram que a complexidade do ambiente funciona como um “amortecedor” para o estresse.

Com esse estudo somando-se a diversas outras descobertas que provam que galinhas são sociáveis e inteligentes, fica cada vez mais evidente que a forma como elas são criadas para a produção de frango e ovos é terrível.

Veja com seus próprios olhos essa filmagem de nossa investigação sobre a produção de ovos em granjas brasileiras:


Milhares de galinhas ficam espremidas em gaiolas minúsculas e imundas, incapazes de caminhar com liberdade, esticar suas asas completamente ou descansar de forma confortável. Até seis aves são confinadas em uma única gaiola e cada uma delas passa praticamente sua vida inteira em um espaço menor que uma folha de papel.

Todos os seus instintos naturais são frustrados. Sem local apropriado para se empoleirar, seus pés são frequentemente machucados pelo aramado das gaiolas.

Muitas aves ficam presas no aramado das gaiolas ou sob bandejas de alimentação, pisoteadas por suas companheiras de gaiola, incapazes de alcançar alimento ou água. As que morrem são abandonadas para apodrecer lá mesmo, em meio a galinhas ainda vivas botando ovos para consumo humano.

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