Na última quarta-feira (04/02), o jornal britânico The Guardian publicou uma matéria sobre um novo relatório que afirma que o atual sistema alimentar é um dos maiores responsáveis pela destruição da vida natural no mundo.
Realizado pela Chatham House, com apoio da Unep, programa de meio ambiente da ONU, o estudo propõe três soluções para o problema. A primeira delas é a mudança para uma alimentação à base de vegetais.
A pecuária tem um grande impacto negativo no meio ambiente e mais de 80% das terras agrícolas do mundo são utilizadas para a exploração de animais.
O estudo sugere que, ao reverter o crescimento do consumo de carne, será possível interromper o desmatamento de novas áreas e os danos à vida selvagem.
Isso também levaria à segunda solução: restaurar os ecossistemas nativos para aumentar a biodiversidade. Já a terceira solução é cultivar de uma maneira menos intensiva e agressiva ao meio ambiente, aceitando rendimentos mais baixos.
O estudo explica que o mundo já perdeu metade dos ecossistemas naturais e que a população de animais silvestres caiu para 68% desde 1970. Em contraste, os animais explorados para alimentação, principalmente vacas e porcos, agora respondem por 60% de todos os mamíferos por peso, com humanos representando 36% e animais apenas 4%.
Outros estudos também apontam que 80% do desmatamento da Amazônia brasileira está ligado à pecuária.
Dentre os dez municípios da Amazônia com as maiores áreas desmatadas e os maiores números de focos de queimadas em 2019, dois — Porto Velho e São Félix do Xingu — estão entre os cinco municípios com os maiores rebanhos bovinos do Brasil. São Félix do Xingu (PA) ocupa o primeiro lugar no ranking, com uma população de 2,2 milhões de bovinos.
Para entender melhor sobre a responsabilidade que a pecuária tem sobre a Amazônia, a biodiversidade e o meio ambiente, conheça a campanha #PorTrásdoFogo.