O que a carne do seu prato tem a ver com a Amazônia?

Em agosto de 2019, o mundo viu a maior floresta tropical do planeta queimar. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi o maior número de focos de queimadas na Amazônia nos últimos nove anos.

O aumento foi de 196% no mês de agosto, em relação ao mesmo mês do ano passado, chegando a 30.901 focos ativos. De janeiro a agosto deste ano, foram contabilizadas 46.825 queimadas na Amazônia, um aumento de 111% comparado ao mesmo período em 2018.

Por que a Amazônia queima?
Segundo a Food and Agriculture Organization (FAO), a agricultura animal é uma das principais causas de desmatamento e 80% da área desmatada na Amazônia é ocupada por pastos.

O fogo é uma das etapas do processo de abertura de pastagens para criação de animais para consumo, que tem início na derrubada da floresta com tratores e correntes, passa pela secagem, é queimada e termina no plantio de capim.

Na Amazônia, a pecuária quadruplicou em três décadas. Em 1985, eram usados 14 milhões de hectares, já em 2018 o número subiu para 53 milhões, como apontado no MapBiomas. A produção de carne bovina em 2018 foi próxima de 9,90 milhões de toneladas e, de acordo com a United States Department of Agriculture (USDA), é esperado que os números de 2019 fechem em mais de 10 milhões.


O consumo de carne no mundo aumentou rapidamente nos últimos 50 anos e sua produção hoje é quase cinco vezes maior do que no início dos anos 1960 — de 70 milhões de toneladas, passou para mais de 330 milhões em 2017, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura. 

Dados da Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD) revelam que a estimativa anual de consumo de carne bovina por habitante no Brasil esteja perto de 27 kg.

Com tanta carne no prato do brasileiro, estamos praticamente comendo a Amazônia. Você pode ajudar nossa floresta ao tirar os produtos de origem animal da sua alimentação. Para mais dicas e receitas, baixe o nosso Guia Vegetariano.