Defesa dos animais em casal: conheça a história de Jaque Belloni e Fred Mello

Jaque Beloni e Fred Mello conheceram a Mercy For Animals a partir do Desafio 21 Dias Sem Carne, no qual fizeram a transição (juntos!) para o veganismo, e hoje são Coordenadores Voluntários da MFA em São José dos Campos. No Instagram, criaram o @casalvegano para compartilhar as experiências e descobertas do estilo de vida sem produtos de origem animal. Conheça a história do casal e como tudo começou :)

Como surgiu o interesse do casal no assunto?
O primeiro fator que nos fez pensar sobre isso foi a nossa saúde. Sempre tivemos aversão a alimentos transgênicos, por mero receio do impacto negativo que poderiam nos causar. Certa vez, um amigo nos questionou: “se vocês fogem dos transgênicos, por que comem carne?”.

Estranhamos a pergunta e demonstramos que não entendemos a relação, mas ele explanou que a ração do gado é composta principalmente por soja transgênica, com fertilizantes químicos e agrotóxicos, e que estávamos ingerindo aquilo indiretamente.

Essa situação nos deixou com a pulga atrás da orelha, mas o que nos fez realmente nos tornar vegetarianos – e alguns dias depois, veganos – foi a preocupação com a sustentabilidade ambiental.

Como foi a transição e de quem foi a ideia?
A transição foi muito rápida. Sempre conversamos muito e tomamos todas as decisões juntos – e dessa vez não foi diferente. Nós dois estávamos convencidos de que deveríamos mudar nossa alimentação.

Em um primeiro momento, decidimos não consumir carne aos fins de semana. Após cerca de duas semanas, conhecemos o Desafio 21 Dias Sem Carne e nos convencemos a nos tornar vegetarianos.

Lá para o terceiro dia de desafio, fomos apresentados ao documentário Cowspiracy: foi o suficiente para tomarmos a decisão de não utilizarmos animais para o nosso bem-estar de nenhuma forma.

Foi importante ter a ajuda um do outro na transição?
Certamente ajuda ter o outro para se apoiar e compartilhar o estilo de vida. Conviver com outra pessoa que vive algo diferente de você não deve ser de todo fácil, mas temos certeza de que nos manteríamos firmes nessa decisão, independentemente de qualquer condição de vida. Nenhum desconforto seria maior do que o que passam os animais explorados e não há nenhuma motivação maior que essa.

Como foi a reação à notícia entre a família e os amigos?
A princípio, todos agiram com preocupação. Em 2015, esse estilo de vida não era um assunto tão falado como é hoje. Nossos familiares ficaram receosos com a nossa saúde e nossos amigos tiveram medo de que nos tornássemos chatos, que sempre os julgássemos. Tivemos um período de adaptação que não foi fácil, mas eles acreditaram em nós e hoje alguns deles também já se tornaram vegetarianos.

O que mudou para vocês após a transição, como um casal?
Nossa vida mudou completamente. Ambos ficávamos doentes todos os anos, sem falha, com vários dias de febre em qualquer sinal de mudança de tempo. Hoje, estamos há 4 anos sem sequer um resfriado. Nossa disposição é muito maior, tanto em atividades físicas, como de raciocínio.

Somos muito mais produtivos no trabalho e o Fred, que adora jogar futebol, é conhecido por ser incansável. Tudo isso faz com que nosso relacionamento seja cada vez melhor, pois podemos focar em realizar nossos sonhos, com todo o potencial que temos. Além disso, agora temos um propósito de vida conjunto, que é o de salvar o máximo possível de animais.

Como essa mudança de hábitos chegou no voluntariado da MFA?
Por causa do Desafio 21 Dias Sem Carne. A MFA estava chegando ao Brasil e assumindo o programa, então tivemos esse primeiro contato com a organização e passamos a acompanhá-la nas redes sociais.

Nos cadastramos para sermos voluntários e recebemos um retorno de que não havia núcleo formado aqui em nossa cidade, mas que, se quiséssemos, poderíamos responder aquele e-mail para nos candidatarmos a sermos coordenadores.

Nós fomos muito insistentes, fazendo contato por meses para que pudéssemos iniciar os trabalhos por aqui. A prioridade eram as capitais, mas o gerente de voluntariado, na época, confessou que alterou os planos por causa da nossa determinação (risos).

O voluntariado ajudou na sua forma de fazer ativismo?
Completamente. Na realidade, nós nem poderíamos nos considerar ativistas antes. Como falamos, nossa transição foi complicada. Seguíamos a tendência natural de julgar as outras pessoas e boicotávamos churrascos e outras confraternizações que tivessem carne.

Na MFA, aprendemos a olhar as outras pessoas com compaixão, tentando entender que elas não viam o mundo da mesma forma que nós e que poderíamos ser muito mais efetivos pelos animais se atuássemos de forma estratégica.

Deu certo: muitas pessoas ao redor já se disseram inspiradas por essa abordagem e algumas delas já deram um passo rumo a esse estilo de vida.

O que você tem a dizer pra quem ainda não conhece o voluntariado da MFA?
Se você deseja fazer mais pelos animais, conhecer pessoas muito inspiradoras, fazer amizades incríveis, ajudar inúmeras pessoas e aprender bastante, conheça o voluntariado da MFA. Ele transformou nossas vidas para melhor e temos certeza de que ele impactará a sua vida também.

Sentiu-se inspirado pela história do casal? Compartilhe este texto com aquela pessoa que você ama e mostre para ela que é possível viver sem contribuir para o sofrimento animal. Para se inscrever no voluntariado da MFA, acesse aqui.