Trabalhadores de frigoríficos tem três vezes mais depressão

Apesar de os animais sofrerem terrivelmente na pecuária industrial, o custo humano também é alto, já que as indústrias da carne, laticínios e ovos frequentemente exploram as pessoas que trabalham no setor à exaustão, podendo causar prejuízos para a sua saúde física e mental, com o objetivo de maximizar o lucro.

Dados oficiais destacados no premiado documentário Carne, Osso da ONG Repórter Brasil revelam que uma pessoa que trabalha na linha de desossa de frango tem 743% mais chances de desenvolver uma tendinite que quem trabalha em qualquer outro setor. Mesmo com dor crônica, muitas pessoas relatam que continuam trabalhando na linha de produção por pressão de sua supervisão e por medo de perderem o emprego.

Os casos de depressão são subnotificados, mas entre profissionais de frigoríficos de aves esse número é três vezes maior que o da média da população economicamente ativa do Brasil. Em algumas regiões do Brasil, acidentes de trabalho em frigoríficos representam 50% do total de acidentes de trabalho registrados.

Conforme denunciado na audiência pública sobre o PL do Autocontrole, as empresas do setor contam com a baixa fiscalização e com a situação de vulnerabilidade social de grande parte dos trabalhadores o que favorece o desrespeito dos seus direitos, pressionando inclusive funcionários doentes a trabalhar e a aumentar a produtividade, impondo jornadas de trabalho excessivas.

O setor de frigoríficos lidera os índices de adoecimentos, acidentes de trabalho e insalubridade no país. Somente no ano de 2019, ocorreram 23.320 acidentes de trabalho, de acordo com um artigo publicado no Le Monde Diplomatique, assinado por cinco procuradores do trabalho do Ministério Público do Trabalho.

Além disso, o relatório “Trabalho Escravo na Indústria da Carne” demonstrou que mais da metade de todo trabalho escravo constatado no Brasil entre 1995 e 2020 ocorreu na pecuária, com o envolvimento de grandes empresas do setor. Foram 17 253 trabalhadores da indústria da carne resgatados de situações análogas à escravidão neste período.

Dados oficiais destacados no premiado documentário Carne, Osso da ONG @reporterbrasil revelam que uma pessoa que trabalha na linha de desossa de frango tem 743% mais chances de desenvolver uma tendinite que qualquer outro trabalhador. Mesmo com dor crônica, muitos trabalhadores continuam na linha de produção por pressão de seus supervisores e por medo de perder o emprego. Os casos de depressão são subnotificados, mas entre os funcionários de frigoríficos de aves este número é três vezes maior que o da média da população economicamente ativa do Brasil. Em algumas regiões do Brasil, acidentes de trabalho em frigoríficos representam 50% do total de acidentes de trabalho registrados.

Assista agora ao documentário Carne, Osso , dirigido por Caio Cavenchini e Carlos Juliano, produzido pela ONG Repórter Brasil:

Carne, Osso from Repórter Brasil on Vimeo.