Fundo apoiará com R$ 100 mil projetos comprometidos com libertação animal e veganismo periférico no Brasil

Mercy For Animals (MFA) incentivará cinco iniciativas de periferias que unam antiespecismo e justiça social. Inscrições são online e vão até 2 de maio

A Mercy For Animals (MFA), uma das maiores organizações sem fins lucrativos do mundo dedicada ao fim da exploração animal, lança nesta segunda-feira (11/4) um edital (disponível em www.funapa.org.br) que apoiará com R$ 100 mil cinco projetos comprometidos com o antiespecismo e o veganismo periférico no Brasil.

O antiespecismo é o combate à objetificação e discriminação contra quem não pertence a uma determinada espécie. Já o veganismo é a prática de um estilo de vida que procura excluir qualquer forma de exploração e crueldade contra os animais, enquanto o termo “periférico” faz menção a regiões e territórios em periferias e/ou em regiões afastadas dos centros urbanos e econômicos, incluindo áreas rurais, interioranas, ribeirinhas, territórios indígenas, quilombolas e ocupações.

Cada uma das cinco iniciativas selecionadas via edital receberá R$ 20 mil por meio do Fundo de Apoio a Periferias Antiespecistas (FunAPA), que é coordenado pelo Comitê de Diversidade, Equidade, Inclusão e Justiça da Mercy For Animals. As inscrições são online e vão até 2 de maio. Além do dinheiro, os projetos escolhidos terão acompanhamento da MFA por três meses.

“Nosso objetivo é contribuir e impulsionar projetos comprometidos com o antiespecismo e o veganismo periférico, em uma junção interseccional das lutas pela justiça social, partindo do entendimento que a libertação animal não tem como acontecer sem consciência de classe, raça e gênero”, destaca Lucas Lourenço, membro do comitê.

Segundo o edital, projetos antiespecistas são aqueles que problematizam a redução de animais não humanos a objetos, propriedades ou meras partes do ecossistema e produzem alternativas que evidenciem as espécies como conjuntos de indivíduos sencientes únicos, cheios de singularidades, subjetividades e interesses. A definição é baseada na obra “Por uma formação inventiva antiespecista”, de Ana Luiza Gonçalves Dias Mello e Rosimeri de Oliveira Dias.

Entre os critérios de avaliação, estão foco na luta antiespecista, e difusão do movimento vegano; relevância do projeto em relação ao contexto de atuação; propósito e potencial de impacto das atividades desenvolvidas; projetos organizados por pessoas LGBT+, racializadas, periféricas e/ou de classes desfavorecidas. 

Para serem inscritos, os projetos devem se enquadrar em um dos três eixos: Ação Direta – atuam diretamente em regiões periféricas e têm impacto visível; Formação e Informação –  trabalham com perspectivas de produção e disseminação de conhecimento relacionadas ao antiespecismo em intersecção com questões raça, gênero e classe; e Empreendedorismo – iniciativas individuais ou coletivas que visem gerar renda sem utilizar exploração animal.

As iniciativas serão analisadas por um júri diverso, formado por pessoas racializadas de contextos periféricos, que atuam como agentes na luta antiespecista nas mais diversas áreas, como cultura, movimento social e produção de conteúdo. O resultado sairá em 17 de maio.

 

Sobre o FunAPA

O Fundo de Apoio a Periferias Antiespecistas (FunAPA) é uma iniciativa do Comitê de Diversidade, Equidade, Inclusão e Justiça da MFA, que atua desde 2020 organizando iniciativas, estratégias e processos regionais, com o objetivo de remover barreiras de acesso à organização e ao movimento de proteção animal e promover maior equidade.