Benefícios de uma alimentação vegetal: tudo o que você precisa saber

 Adotar uma alimentação vegetal é uma das formas mais eficazes de prevenir doenças 

As principais autoridades mundiais relacionadas à saúde e ao meio ambiente, como a Organização Mundial da Saúde, a Organização das Nações Unidas e o Ministério da Saúde recomendam a redução do consumo de carne e produtos de origem animal.

Essas instituições destacam a importância de priorizar alimentos como frutas, vegetais, cereais integrais e leguminosas para prevenir e combater doenças crônicas, incluindo obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e vários tipos de câncer.

Alimentação vegetal e prevenção de doenças

Uma alimentação baseada em vegetais está associada a: 

Outros estudos e revisões sistemáticas associam a alimentação vegetal a menores riscos de desenvolver diabetes tipo 2, insuficiência renal e diversos tipos de câncer. 

Além disso, ela promove uma microbiota intestinal mais saudável, essencial para o fortalecimento do sistema imunológico e para o bem-estar mental. Compostos bioativos presentes nos alimentos vegetais atuam como anti-inflamatórios naturais, contribuindo para a prevenção de doenças degenerativas.

Doenças associadas ao consumo de carne

Segundo a Organização Mundial da Saúde, as doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, doenças cardiovasculares, câncer e diabetes, tornaram-se a maior causa de óbito no mundo,  responsáveis por quase 3/4 das mortes globais e mais de 41 milhões de vítimas por ano. 

Epidemiologistas apontam que a dieta global é um dos principais fatores de risco para o surgimento dessas doenças, o que inclui o alto consumo de carne e produtos de origem animal.

O consumo excessivo de carne vermelha tem sido amplamente associado a um aumento significativo no risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, obesidade, doenças cardiovasculares e diversos tipos de câncer

No Brasil,  onde 80% da população consome em excesso carne vermelha e processada, como bacon, linguiça, presunto e salsicha, isso se torna um problema de saúde pública.

Risco de câncer

Pesquisas têm mostrado uma forte correlação entre o consumo de carne e o aumento do risco de cânceres, especialmente o câncer de cólon e reto. Um estudo realizado no Reino Unido com quase 500 mil participantes revelou que, para cada 50 gramas de carne vermelha consumida por dia,  aproximadamente meio bife pequeno, o risco de desenvolver câncer de cólon e reto aumentou em 18%. Para a carne processada, o risco foi ainda maior: 19% para cada 25 gramas consumidas por dia, o equivalente a uma fatia de presunto.

Outro estudo, publicado na The Lancet Oncology, revisou 10 pesquisas e encontrou evidências de uma associação entre o consumo de carne vermelha e o aumento do risco de câncer de pâncreas e próstata. Em 2023, uma revisão sistemática também revelou que, para cada 50 gramas de carne processada consumidas por dia,  aproximadamente uma fatia de bacon, o risco de desenvolver diabetes tipo 2 aumentava em 44%, enquanto o risco de doenças cardíacas subia, em média, 26%.

Em um estudo internacional conduzido por 22 cientistas de 10 países, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) concluiu que há evidências suficientes para classificar a carne processada como cancerígena

A recomendação da OMS para evitar o consumo de carne processada é reforçada por autoridades como o Instituto Nacional do Câncer (INCA), que a classifica no mesmo patamar de substâncias carcinogênicas conhecidas, como o cigarro.

 

Ferro heme, TMAO e doenças cardiovasculares

Um dos componentes responsáveis pelos efeitos negativos da carne vermelha é o ferro heme, que, embora frequentemente valorizado, tem sido vinculado a diversos problemas de saúde.

Estudos indicam que o ferro heme contribui para o desenvolvimento de câncer intestinal, agravamento do câncer de mama e doenças cardiovasculares. O ferro heme reage com certas gorduras no intestino, desencadeando processos oxidativos e inflamatórios que aumentam os riscos de doenças.

Eric Slywitch, médico especialista em Nutrologia e diretor do Departamento de Medicina e Nutrição da União Vegetariana Internacional (IVU), explica que, no intestino, as bactérias transformam a L-carnitina presente na carne em TMA (trimetilamina), que é então convertida pelo fígado em TMAO (óxido de trimetilamina).

O TMAO é uma substância associada ao aumento do risco de aterosclerose e de doenças cardiovasculares. Alguns estudos indicam que o TMAO pode aumentar em 3,42 vezes o risco de morte por todas as causas e em 2,05 vezes o risco de morte por doenças cardiovasculares.

A carne vermelha é rica em gordura saturada, cuja ingestão regular e em grandes quantidades está comprovadamente associada ao agravamento de doenças cardiovasculares e diabetes. Pesquisas também sugerem uma correlação entre o consumo de gordura saturada e o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

Além das muitas associações entre o consumo de carne e doenças crônicas, existem diversas evidências de intoxicações alimentares e fenômenos de resistência antimicrobiana também relacionados ao consumo de carne.

Efeitos negativos dos laticínios

Os laticínios, especialmente os integrais, são ricos em gorduras saturadas, que podem elevar os níveis de colesterol LDL e aumentar o risco de doenças cardiovasculares. O consumo elevado de leite e queijo foi associado, em alguns estudos, a um maior risco de câncer de próstata, possivelmente relacionado ao aumento de IGF-1 no organismo.

Pessoas com intolerância à lactose ou sensibilidade digestiva podem ter seus sintomas agravados pelo consumo de laticínios.

Embora tradicionalmente associados à saúde óssea, os efeitos dos laticínios nesse aspecto ainda são debatidos, e o benefício pode depender do tipo e da quantidade consumida.

Fontes vegetais de cálcio

Embora o leite seja frequentemente promovido como uma fonte de cálcio, existem alternativas vegetais tão ricas quanto, como tofu, brócolis, couve, amêndoas, sementes de gergelim, figos secos e leites vegetais fortificados.

Esses alimentos, além de fornecerem cálcio, também oferecem outros nutrientes benéficos, como fibras, antioxidantes e ácidos graxos saudáveis, contribuindo para a saúde óssea e geral de forma equilibrada.

Dicas para uma transição alimentar saudável e equilibrada

É comum que pessoas em transição para uma alimentação vegetal tenham dúvidas sobre a suficiência nutricional desse padrão alimentar. No entanto, a ideia de que uma dieta baseada em vegetais não fornece proteínas adequadas ou é excessivamente rica em carboidratos já foi amplamente refutada por estudos científicos de referência em nutrição.

Com um planejamento adequado, uma alimentação 100% vegetal é capaz de fornecer todos os macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras boas) e a maioria dos micronutrientes essenciais. A única exceção é a vitamina B12, que deve ser suplementada, uma vez que não é produzida por plantas nem está presente de forma confiável nos alimentos vegetais.

Nutrientes como ferro, cálcio, zinco, magnésio e ômega-3 podem ser facilmente obtidos a partir de alimentos como:

  • Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico, ervilha)
  • Folhas verde-escuras (couve, espinafre, brócolis)
  • Cereais integrais (aveia, quinoa, arroz integral)
  • Sementes e oleaginosas (chia, linhaça, gergelim, castanhas, nozes)
  • Frutas e hortaliças variadas, que complementam o aporte de fibras, antioxidantes e vitaminas

Para garantir uma transição segura e eficaz, recomenda-se buscar o apoio de um(a) nutricionista especializado(a) em alimentação vegetal. Esse(a) profissional pode montar um plano alimentar personalizado, que leve em consideração suas necessidades individuais, estilo de vida, preferências alimentares e eventuais condições de saúde.

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